Do auge de minhas observações e de minha autonomia para observar as relações amorosas, pude concluir que realmente as coisas do amor ninguém pode explicar. Definir, rotular, limitar, prender... Observar o amor (independente de ser ou não um dos envolvidos) tem me ajudado a responder muitas perguntas. Por outro lado, para cada resposta surgem diversas variáveis. Estas variáveis não se multiplicam apenas no que tange as relações Homem X Mulher. Amor de filho, de pai, de amigo, de parente, de "amigas", de tudo. Cada amor tem sua forma de ser indefinido!
Um pensamento sempre permeou a minha cabeça: Se o amor não é algo definido, vincula-lo a um contrato sociocultural é limitá-lo! Hoje, face as atuais circunstâncias, tenho percebido que solto, sem regras e frescuras, o amor, ao menos em mim, tem se manifestado de forma mais harmônica. Lógico que muita gente acha que o auge do amor é um bom casamento, ou uma relação eterna. Discordo completamente!!! Para mim o auge do amor é justamente o contrário. Sem amarras, livre, o simples desejo de agradar e o cuidado para não ferir é a maior manifestação de amor. Se agradar significa abrir mão... Que seja! Melhor, longe e feliz, que perto a contragosto. Lógico que existindo reciprocidade, as coisas ficam mais gostosas. Mas, definitivamente, possessividade não combina com amor. E o ciúme, onde fica nesta história???
Ultimamente me pego, às vezes, tomado por um leve sentimento negativo quando uma pessoa, objeto de desejo, se afasta ou não me dá a atenção que eu gostaria de receber. Percebo que, depois de velho tenho ficado um pouco mais ciumento. E ai??? Meu senso crítico não me permite dar vazão à este sentimento que, sempre que noto-o, mato-o no nascedouro. Por mais que algo de negativo apareça em meus sentimentos, sempre lembro que não sou dono de ninguém e que ciúme é uma manifestação, rasteira, da vaidade. Obviamente, como um ser humano normal, algumas vezes esta correção chega um pouco atrasada. Mas com o exercício e a vigilância, este tempo de resposta tem sido cada vez mais rápido.
Amor é simplicidade. É vontade de ver a felicidade do outro. É sentir-se bem estando próximo. É se preocupar, querer bem. É tanta coisa que é mais fácil dizer o que ele não é. Não quero que este assunto seja tratado como algo a ser concordado ou discordado. Sei que estou falando a verdade, mas essa é a minha verdade. O amor que eu acredito e que passo a tentar praticar, não tem que ser igual ao seu amor. Sei que o amor que procuro é um amor livre e harmônico, onde se exercite o respeito e o bem querer. Acredito que sempre que surgem pequenas regras, o amor passa a ser um tanque onde não existe mais água pura. Passa a existir uma água contaminada por pequenas gotas dos nossos venenos culturais. Posse. Vaidade. Competitividade.
Não é este o amor que eu quero para mim! Eu quero a sorte de um amor tranquilo!!!!