Cuidar de alguém é algo que requer bastante atenção e muita sensibilidade. Muitas vezes, no afã de proporcionar uma proteção de primeira linha, acabamos por privar, aqueles a quem cuidamos, de experiências necessárias ao seu desenvolvimento.
Não podemos esquecer que, se cuidamos de alguém, é porque queremos que esta pessoa receba as nossas influências positivas. Nunca cuidamos de uma pessoas esperando que o resultado seja ruim para ela. Assim, empatia e atenção são fundamentais para que o exercício de "cuidar" não acabe por acarretar, justamente, nos prejuízos que gostaríamos de evitar. De boas intenções o inferno está cheio! Logo, colocar a pessoa cuidada em um "capo de força", ou ignorar que aquilo que aparenta ser benéfico para nós pode ser maléfico no contexto do outro; pode provocar danos irreparáveis.
Outra falha comum é impor cuidados a quem não precisa. Permitir que as pessoas vivam suas próprias experiências e reconhecer a capacidade de defesa e superação das pessoas, também é uma forma de demonstrar amor. Nossos medos não podem ser motivos para impedir que o outro viva a própria vida. Se somos capazes de superar as nossas dificuldades, achar que o outro não é capaz é, no mínimo, subjugá-lo, para não dizer menosprezá-lo.
Observar e balizar as ações de quem cuidamos, permitindo que o mesmo viva as próprias experiências e lembrar que, as crises são molas mestras do desenvolvimento humano, ao meu ver, é a melhor forma de demonstrar carinho e de cuidar sem impor privações desnecessárias.
Quem ama cuida, não casta!