Lemnbrando que a ultima frase sempre é um link para uma música relacionada ao post.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dissecando um Beijo!

               Beijo. Tarefa árdua é definir o beijo. Tão árduo é omitir-se a escrever sobre ele. Este gesto, apesar de durar, quase sempre, muito pouco tempo, tem repercussão duradoura  e marcante. Além dos efeitos posteriores, no beijo, ou melhor, para a existência de um beijo, é necessário uma preparação mental e uma afinidade entre os executantes que de tão intensas, beiram uma conspiração cósmica. Seria correto afirmar, então, que o Beijo é formado por quatro partes: A preparação para o beijo, o instante que precede o beijo (parte que merece um parágrafo especial), a execução e o "depois" ("post kiss", pra ficar chique).

               A preparação para um beijo, quase sempre, é responsável pela classificação do mesmo. Dentre as variáveis que definem se um beijo é bom ou ruim, podemos destacar algumas que se incluem na fase de preparação.
  • Atração - Quando uma pessoa se apresenta em nosso universo, imediatamente fazemos uma avaliação de quanto e como essa pessoa é agradável ou não para nós. A maneira e a intensidade deste agrado nos fazem concluir se existe a possibilidade dessa pessoa ser beijada.
  • Interação - A forma com a qual interagimos com o nosso alvo (caso ocorra de fato uma atração) fará com que a vontade de beijar diminua ou aumente, podendo até ficar insuportável (princípio de paixão). É a interação que também irá viabilizar a concretização do beijo.
  • Química - Intimamente ligada aos itens anteriores, a química é uma reação do sistema nervoso que, estimulado pela atração que aumentou a medida em que se interagiam os atores do beijo; libera diversos hormônios na corrente sanguínea. Tais hormônios provocam em nosso corpo uma reação bioquímica na qual se perde a lógica, a precisão na coordenação motora fina (e na grossa também), o senso de ridículo e a segurança. Se o beijo é bom, a química passa a atuar nas outras partes do Beijo.
               Instante que precede o beijo. Esse, para mim, é a parte mais marcante do beijo. Talvez se iguale à própria execução do beijo. O instante que precede o beijo é aquele ínfmo momento que de tão intenso acabe se tornando, como dizia o poetinha, "infinito enquanto dure". É nessa parte que a química tem o seu pico de atuação. É aquele momento imediatamente antes dos lábios se tocarem. O "caminho sem volta". Nessa hora ocorre uma total letargia nos agentes do beijo. Lanço o desafio para o leitor que consiga lembrar a posição exata de pés, mãos, ou qualquer outra sensação ou incômodo que tenha sentido neste ínfimo momento. Os olhos automaticamente se fecham, os ouvidos se ensurdecem, o corpo todo para, menos o coração que acelera. Quem gosta de jogar e tem sangue frio, aproveita esse momento para valorizar o Beijo. Se a pessoa conseguir retardar o término deste breve momento, o beijo vem a acontecer como a explosão de uma bolha, onde de tanta energia acumulada, passa a ser inevitável. Mas controlar este momento é muito complicado e requer muito treino. Como já deixei claro, para mim esta parte do Beijo é um momento quase indescrítivel, de tão especial e complexo.

               A execução poderia ser muito bem descrita, aqui, como um ato mecânico. Beijar - lábios em fricção, sucção com intensidade variada e movimentos de língua ora voluntário, ora involuntário.  Logicamente não cometerei tamanha injustiça. Beijar é muito mais que isso! Quando a execução do beijo se inicia, a primeira coisa que acontece é a recuperação, gradativa, dos sentidos. Aquele estado de letargia vai sumindo. Com a recuperação dos sentidos começamos a curtir o Beijo. Inicia- se, então, um jogo de conquista e valorização de si, perante o outro. Usamos os sentidos recuperados para obter prazer durante o beijo, ao passo em que a mente trabalha para proporcionar o máximo de prazer ao outro, na medida em que este permite. Obviamente não devemos olvidar que estou narrando o Beijo sob ótica masculina (a única que eu conheço). Então o Beijo passa a ser um complexo de ações onde a boca é apenas mais uma das ferramentas de interação, envolvimento e conquista. Boca, pele, mãos, coxas, nuca, orelhas, língua... (Respira!) O Beijo deixa de ser singular e passa a ser plural. A intensidade de sensações e percepções se alterna entre cada uma das partes do corpo e entre o se doar e estar receptivo. Beijo só é bom quando há entrega.

               "Post kiss". Nesta parte sentimos um balsamo agindo sobre o nosso corpo. Olhamos o outro com um sorriso bobo no rosto, sem reparar que estamos com um sorriso mais bobo ainda. O olho no olho após o Beijo diz tanta coisa, sem dizer nada. Depois do Beijo nos sentimos mais fortes, felizes e confiantes. Olhamos para o mundo como se ele fosse todo nosso e sentimos a vontade de compartilhar com a pessoa premiada (ou a vítima rsrsrsr). Esse é o momento em que a qualidade do Beijo passa a ser avaliada. Quando o Beijo é bom, o sentimento de quero mais se perpetua até o próximo Beijo. Se este também for bom, esse sentimento fica mais forte. Dessa forma as relações vão se firmando, naturalmente. No "depois" passa a atuar, novamente, um elemento que foi muito importante na preparação para um beijo: a interação. É essa forma de interagir, do "post kiss" que, sofrendo os efeitos da qualidade do Beijo, irá ditar os rumos da relação. A interação influencia na qualidade do Beijo e sofre os efeitos deste. Não existe Beijo que fique "impune". Beijou já era! É como um prego na madeira. Por mais que você arranque o prego e passe uma massa por cima, o furo ainda estará lá. Então não é bom usar o Beijo de qualquer forma. Um Beijo mal aplicado gera dúvidas, inimizades e constrangimentos. Mas um Beijo bem aplicado, com certeza traz mais alegria e leveza à nossa vida. Um bom Beijo, nas condições ideais de temperatura (bem quente) e pressão (0 bar), gera efeitos positivos como poucas ações, executadas a dois, podem gerar.

               O Beijo é um "termômetro" para muitos aspectos de uma relação. Nada nesse mundo se iguala a um Beijo. Lógico que estou falando do Beijo "a dois". Não falo aqui do beijo de novela, no rosto, entre familiares, ou aqueles que já se banalizaram. Descrevo nesta postagem aquele Beijo que é especial antes, durante e depois. Quando esse Beijo é muito bom e quando os seus autores são tão bons quanto o Beijo, normalmente acontece uma coisa muito boa, mas que devemos ter tanto cuidado, para usar, quanto o Beijo. Eu até poderia descrever em outro momento, mas minha timidez é muito grande para falar sobre isso com toda a net. rsrsrs







              

4 comentários:

  1. O Beijo. Li esse texto com um encontro maior! Além de amar um bom beijo e toda essa onda de emoções que ele nos proporciona, acabei de reviver o meu melhor e inesquecível beijo!
    Jalbinha foi um ótimo perito e chegou a uma indiscutível conclusão e definição!

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  2. Nossa Jujubão quase choro!quando leio seus textos parece até que estou lendo Machado de Assis! realmente me lembra o melhor e inesquecível q por incrível que pareça não fora o 1°!! saudades do que não volta mais, do que ficou p/ traz!
    Obrigada por me proporcionar uma leitura de ótima qualidade!!

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  3. Esse texto está muito bom, com conteúdo e divertido. Sua irreverência está ótima e singular.
    Apesar de esmiuçar o beijo a dois, durante a leitura, pensei constantemente no beijo rápido e "comum" que damos naqueles que amamos e que, por conta do cotidiano, o tornamos excasso.

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  4. beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa Beijo é prático . E sem essa de que beijo é insalubre. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.

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