Então, tudo o que eu queria, hoje... ontem... por esses tempos... era um quase. Não entendo esta cobrança, de todos, por tanta plenitude. Regras que tentam lhe impor, como condições para ser feliz. Francamente, não quero tudo isso. Não quero tanto!
Para ser feliz, dizem eles, é necessário um grande amor, estabilidade financeira, bens, amigos, cultura, lazer, emprego, trabalho, ócio... a sociedade já estabeleceu todos os requisitos para a minha felicidade. Temos que lutar por isso! Abrir mão, significa ser taxado de irresponsável, doidivano, alienado ou qualquer outro adjetivo que represente a nossa incompatibilidade com os critérios de aceitação social. A maneira que o "mundo" trata a questão da MINHA felicidade me faz pensar que a minha felicidade só é viável se eu atender aos desejos do mundo. Quando ousamos fugir, minimamente, à estas regras, logo o mundo (representado pelas pessoas que estão nele) passa a questionar. Surgem perguntas "inofensivas" do tipo: -Como alguém consegue viver assim (sem um casamento, sem um carro, sem um emprego, longe dos parentes, etc, etc, etc...)? A nossa capacidade de adaptação e a nossa individualidade são anuladas, ou melhor, ignoradas. Mas se a questão é a MINHA felicidade, eu pergunto: O QUE É QUE O MUNDO TEM COM ISSO???
Mas o que me fez refletir a respeito do felicidade, não foi a infinitude de itens que me são empurrados, goela à baixo, por esta sociedade triste, para que eu "adquira" a minha tão sonhada felicidade. Esta reflexão surgiu quando eu percebi que para ser feliz (em um determinado momento) não me importava o que eu queria. Minha felicidade estava no que eu não queria. Teve sim, um desejo! Porém o mais importante é que o desejo era de abrir mão. Naquele ínfimo momento eu não quis um grande amor. Não quis o amor de minha vida, a mulher dos meus sonhos... Nada de gestos apoteóticos ou de declarações megalomaníacas. Naquele momento, o quase, me bastava! Naquele instante eu só queria um quase toque, um quase beijo... Um olhar de canto de olho me bastava! Não me importava se ela me amava ou se eu a amava. Não me interessava nada, nem o lençol que desforrava a cama à 30cm de nossos pés e nem a variação da bolsa de valores em Tóquio. Aquele quase, pra mim, era tudo, justamente por ser nada. Por mais que tentassem me empurrar tudo aquilo que eu já citei, para ser feliz, Nada estava acontecendo e isso, surpreendentemente, era tão bom!
Mandei pro espaço as convenções sociais, os questionamentos dos enxeridos, as opiniões alheias... tudo. Tudo o que era pleno, não me preenchia. Só me satisfaria, o quase! A espera pela festa estava, realmente, sendo muito melhor do que a própria. Estava feliz, mesmo me faltando tanto. Hoje, ontem e por esses tempo; o MEU momento, com os MEUS requisitos é que fazem a MINHA felicidade. Lógica, nexo, contexto... eu os tenho. Prolemas, tenho também. Mas como pode ver... Isso é resolução minha!!rsrsr