Não ouso quer-te minha.
Tão pouco postar-me teu.
Se agrado-te, mereceu.
Não ouso fazer-te minha.
Nem profetizar o destino.
Condenar-te a tal desatino.
Vincular-te a mim eternamente.
Prefiro ofertar o que se sente.
Sentir o que não se mente.
Mostrar só o que vem à mente.
Viver tudo intensamente.
Sem ligar pro que vem à frente.
Não ouso anunciar-te minha.
Nem me preocupar com o que falem.
Só nós sabemos quanto valem...
Os toques, que não tocamos agora.
Os beijos que não nos expuseram, lá fora.
Os sons que não incomodamos à essa hora.
A estrada que não te levará embora.
Mas nesse instante o desejar-te se perpetua
Então ouso te tocar em pensamento.
Possuir seu corpo e alma num momento.
Usurpar todos os seus sentimentos.
Para que tão logo te veja aqui... nua.
A ninguém foi dada a posse da vida, a todos foi dado o usufruto.
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