Tempo. Como definir este elemento tão presente e tão abstrato? O tempo, para mim, está entre os elementos mais charmosos em nossas vidas. Por mais erudito, culto, letrado, inteligente... Quando alguém tenta definir o tempo sempre fica parecendo que faltou algo. Tempo para mim é um sentimento quase inverso. Enquanto os outros sentimentos (e sensações) nascem dentro da gente a partir de um estímulo externo (Já falei sobre sentimentos em "Quem inventou o amor! Explica por favor!?" ), o tempo nasce fora, independente de nossa capacidade de percebê-lo, mas só é levado em conta quando há algo dentro da gente (um estímulo qualquer) que nos leve a querer que o tempo passe rápido ou devagar. Sei que ainda falta algo nesta definição, mas hoje não quero definir o tempo. Me preocupo em como deixamos passar o tempo.
Para Albert Einstein a realidade é composta por espaço e tempo. A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre outros corpos. Sabemos que não é só isso, mas definir o espaço já se mostrava (nos tempos de Aristóteles e seus companheiros mais pensadores que nós) algo bem simples. Para mim, espaço é lugar. Lugar ou é, ou foi, ou será ocupado. E (sexualmente falando) pode ser ocupado por um homem e uma mulher ao mesmo tempo.
Deixando a bioquímica de lado... A coisa se complica quando a nossa realidade está atrelada ao tempo. No poema Relógio, de Vinícius de Moraes, há um trecho onde a relação do tempo à felicidade (ou à falta dela) fica bem clara: "Passa, tempo/ Bem depressa/ Não atrasa/ Não demora/Que já estou/ Muito cansado/ Já perdi/ Toda a alegria (...)". Realmente, como postou uma grande amiga minha: O tempo pode passar rápido ou devagar. Depende de que lado da porta do banheiro você está. Todos temos a percepção de que quando estamos em uma atividade prazerosa, o tempo voa. Basta estarmos em uma situação desconfortável e o tempo puxa o freio de mão. Surge então a palavra tédio. Quando precisamos do tempo ele corre da gente. Se estamos quase atrasados... já foi. O tempo como referência para as nossas ações (quanto verbo) é avesso à nossa vontade. Por mais que você cante aquela musiquinha do Pato Fú: "Tempo amigo seja leal/ Conto contigo pela madrugada/ Só me derrube no final". O tempo vai te derrubar antes do fim!(rsrsrs) Certo estava Gregório de Matos quando disse: "O tempo não me da tempo de bem o tempo fruir e nessa falta de tempo, nem vejo o tempo fugir."
Porém, não podemos olvidar que, o tempo não é só uma referência do que se passou ou está passando. O tempo é algo que sempre passará. Ele não para. Por isso temos responsabilidade sobre a maneira que usamos o nosso tempo. Daí ele passa a ser uma referência para as nossas ações (quanto substantivo), já, não sendo mais avesso à nossa vontade. Quando a questão é aproveitar o tempo da melhor ou pior forma possível, o tempo não interfere nas nossas decisões, ele se comporta exatamente da mesma forma; independente das nossas escolhas. Olhe para o seu passado! Você realmente soube aproveitar o tempo em sua vida? Por mais cruel que pareça, essa pergunta é fundamental para evitar problemas futuros. Se você olhou para trás e viu mais motivos para se arrepender do que para se vangloriar, pode ser o momento de parar o que está fazendo e corrigir a rota de sua vida. Ainda dá tempo! Se você viu mais motivos para se vangloriar. Parabéns! Você, então, tem tempo para se aperfeiçoar na arte de viver feliz. Mas sempre temos algo a corrigir.
Olhar para o passado me fez corrigir condutas que são fundamentais para a minha felicidade atual. Essa responsabilidade com o meu tempo é que me faz eleger as minhas prioridades. Hoje o bem estar de meu filho vem em primeiro lugar. Depois vem o meu. Então vem o de meus familiares (por proximidade) e ai os de quem está ao meu redor. Nem sempre foi assim. Houve um momento em minha vida que eu fazia as coisas sem atentar que aquele tempo não voltaria. Pago um certo preço por isso! "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.... ". Devo admitir que perdi algumas boas oportunidades. Me arrependi também de algumas palavras pronunciadas. Hoje eu fico muito atento às oportunidades que a vida me proporciona. Penso muito antes de pronunciar minhas palavras. Tento, com muito empenho, recolher minhas flechas para sempre. Ainda não consegui, mas evito fazer uso delas. Um pedido de desculpa não evita uma ofensa já iniciada. Uma ofensa é sempre uma ofensa.
Busco fazer do meu tempo algo útil. Útil para mim e para os outros. Na hora de trabalhar, eu trabalho. Na hora de me divertir, me divirto muuuuuuito. Luto para aproveitar sempre a hora de dormir. Não uso meu tempo para fazer o mal. Isso é a mais pura perda de tempo. Aprendi que uma boa ação de minutos tem o poder de salvar um dia inteiro. Para mim, a tristeza deve ser o sentimento mais breve do mundo. A alegria, o mais longo. O amor deve ser igual ao tempo... eterno! Einstein não sabia que a realidade é composta por espaço, tempo e sentimento; tudo inter-relacionado.
Ganhar tempo é fácil. É só usar o tempo para espalhar benefícios!
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