Um pensamento recorrente tem me acompanhado, faz alguns dias. O contato que tive, recentemente com meu pai, quando este, aos setenta e poucos anos, deslocou montado em sua motocicleta em uma viagem de 350km, para me fazer uma visita aqui na "terra de Gabriela", inevitavelmente me fez questionar sobre os limites do corpo e os limites da mente em relação ao tempo. "O tempo é inexorável!" Esta frase, bastante repetida por meu pai, me acompanha desde a adolescência, porém eu ainda não havia alcançado a totalidade do que ela expressa.
Muitos se espantavam quando ao olhar para o "meu velho" e ouvir que o mesmo havia feito aquela viagem sobre uma moto. "Seu pai é retado!" "Ele tem essa idade?!?!? Nem parece!" Essas e outras exclamações sempre surgiam. Por cá, o que de fato me trazia admiração foi o que motivou me pai a tal odisseia. Ele nunca tenha viajado de moto sozinho (apesar de ser estradeiro antigo). Tinha medo e por isso foi. Vencer o medo, romper barreiras, aceitar os desafios que a vida impõe, sempre foram palavras de ordem na minha educação. Hoje sei que meu pai, ao adotar tal postura, apenas me preparava para a inexorabilidade do tempo. Se hoje ele aparenta ser uns vinte anos mais novo, digo que é graças à este posicionamento. A mente é dínamo poderoso! Agir de maneira jovem nos mantém jovem. Lógico que o corpo não deixa de "evoluir". Mas meu pai tem sido um ótimo exemplo de que pensar e agir de maneira jovial, rejuvenesce. Mas as questões temporais não se resumem às posturas perante os desafios.
O tempo passa para todos. Não poderia ser diferente comigo! O corpo é mestre em demonstrar isto. As marcas da erosão causada pelo tempo são de fácil reconhecimento. As lombadas indesejáveis surgem, o compasso fica estreito (minha capoeira que o diga), dor ali... dor aqui... Por mais que tente-se camuflar, as chagas temporais são bastante visíveis. O que fazer? Postura jovem, pensamento jovem é, inegavelmente, uma ferramenta a se lançar mão. Confundir isso com não aceitação à chegada do tempo pode provocar o efeito reverso! Tenho buscado elevar meu padrão de qualidade de vida. Exercícios físicos lúdicos e regulares, ser mais compreensivo e aceitar com mais calma as obstruções diárias, ouvir muita música, cultivar o amor dentro de mim, ouvir mais e alar menos... Essas medidas foram escolhidas por mim para me auxiliar na busca por uma postura jovial. Isso não quer dizer que eu já esteja velho, afinal tenho apenas trinta e um anos. Esta antecipação significa que estou me habituando a pensar de maneira jovem por aceitar que ficarei velho. Existem pessoas que não querem ficar velhos. Existem velhos que não aceitam que estão velhos. Aceitar a velhice é o primeiro passo para melhor se adaptar à ela. Ser velho não é defeito. Temos que respeitar os velhos e lembra que logo estaremos nesta condição!
O tempo irá passar. Isso não podemos mudar, porém podemos interferir em como esta passagem afetará as nossas vidas. Precisamos manter a mente jovem! Precisamos aceitar que o corpo envelhece e não há qualquer contradição nisso. A manutenção da juventude cerebral é complementar ao perecimento do corpo.
É preciso juventude para que eu me torne avô!
Este é o meu blog. Nele vocês verão que o mundo muda quando a gente muda. Logo, como estou mudando até quando estou parado... Em mim existem vários mundos (No bom sentido é claro!). Quam sabe você não se identifica com algum???
Lemnbrando que a ultima frase sempre é um link para uma música relacionada ao post.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Dorme com os anjos e sonhe comigo!
Permito, sono, que me embale.
Permita, mente, que eu repouse.
Por mais que o pensamento ouse.
Por mais que o coração me cale.
Por mais que, sozinho, esta noite.
Por mais que a saudade aconteça.
Por mais que a consciência açoite.
Por mais que a esperança pereça.
Por mais que sanidade me falte.
Por mais que indignação se alie.
Por mais que a realidade salte.
Por mais que a navalha se afie.
Por mais que o corpo se canse.
Por mais que a energia sobre.
Por mais longe que alcance.
Por mais que a distância dobre.
Por mais alegria que me trouxe.
Por mais asneira que me fale.
Permito, sono, que me embale.
Permita, mente, que eu repouse.
E no fim...Sonhe!
Permita, mente, que eu repouse.
Por mais que o pensamento ouse.
Por mais que o coração me cale.
Por mais que, sozinho, esta noite.
Por mais que a saudade aconteça.
Por mais que a consciência açoite.
Por mais que a esperança pereça.
Por mais que sanidade me falte.
Por mais que indignação se alie.
Por mais que a realidade salte.
Por mais que a navalha se afie.
Por mais que o corpo se canse.
Por mais que a energia sobre.
Por mais longe que alcance.
Por mais que a distância dobre.
Por mais alegria que me trouxe.
Por mais asneira que me fale.
Permito, sono, que me embale.
Permita, mente, que eu repouse.
E no fim...Sonhe!
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Poema especulativo!
Vivo num vai e vem de expectativas.
Um emaranhado de perspectivas.
Em cada detalhe surge um novo sonho.
Em cada gesto, a algo me proponho.
Vivo aquele olhar, antes que aconteça.
Pego o sorriso e monto o quebra-cabeça.
Aproveito cada palavra que me interessa.
Assim faço da espera o melhor da festa.
Crio minha própria história, minhas fantasias.
Garanto, enquanto a invento, minhas alegrias.
De tão besta, chego a sorrir...
Ao ver que sinto saudade do que eu nem vi.
E nem faço questão do que possa vir!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
Um emaranhado de perspectivas.
Em cada detalhe surge um novo sonho.
Em cada gesto, a algo me proponho.
Vivo aquele olhar, antes que aconteça.
Pego o sorriso e monto o quebra-cabeça.
Aproveito cada palavra que me interessa.
Assim faço da espera o melhor da festa.
Crio minha própria história, minhas fantasias.
Garanto, enquanto a invento, minhas alegrias.
De tão besta, chego a sorrir...
Ao ver que sinto saudade do que eu nem vi.
E nem faço questão do que possa vir!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Poema para um sorriso inesperado.
Então no rastro de um sorriso
Daqueles sem ser planejado
Dentes brancos, tudo alinhado
Molares em harmonia com o ciso
Pautado na odontologia
Persigo o caminho da incerteza
Tento nesta van poesia
Retratar deste sorriso, a beleza
Então nesta trilha em que seguia
Sob o sol, soba chuva e o luar
Surpreso e repleto de alegria
Encontrei um sorriso e um olhar!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
Daqueles sem ser planejado
Dentes brancos, tudo alinhado
Molares em harmonia com o ciso
Pautado na odontologia
Persigo o caminho da incerteza
Tento nesta van poesia
Retratar deste sorriso, a beleza
Então nesta trilha em que seguia
Sob o sol, soba chuva e o luar
Surpreso e repleto de alegria
Encontrei um sorriso e um olhar!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
Pendenga do chuveiro queimado!
De um curto mal amado.
Por um fio malassombrado.
O que era quente ficou frio.
Na pele... arrepio.
A água desceu gelada.
Não foi resistência, que nada.
Já o herói da resistência.
Na hora pediu clemência.
Corpo mole, água dura!
Em cada pedaço uma tortura.
Unha, falange, braço ou dedo.
De tanto frio, sentia medo.
Pra complicar toda a história
Ainda chovia lá fora.
O motivo do desespero
Seria molhar o corpo inteiro
Já com o fio desencapado
Alicate, faca e chave de fenda.
Bastava manter o "negativo" isolado
Para executar a emenda.
Mas o ódio vem galopante
Ao notar que por esquecimento
Deixei faltar naquele momento
O cabrunco da fita isolante!
Então por auto penitência.
Venci o frio e o temor.
Fiz, de coragem, o rancor.
E da limpeza, minha valência.
Naquele momento fui forte
Já no outro dia dei sorte
Na carteira, meu ultimo dinheiro
Comprou a peça do chuveiro
Hoje até o sol surgiu na minha frente
Pra comemorar meu banho quente!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
Por um fio malassombrado.
O que era quente ficou frio.
Na pele... arrepio.
A água desceu gelada.
Não foi resistência, que nada.
Já o herói da resistência.
Na hora pediu clemência.
Corpo mole, água dura!
Em cada pedaço uma tortura.
Unha, falange, braço ou dedo.
De tanto frio, sentia medo.
Pra complicar toda a história
Ainda chovia lá fora.
O motivo do desespero
Seria molhar o corpo inteiro
Já com o fio desencapado
Alicate, faca e chave de fenda.
Bastava manter o "negativo" isolado
Para executar a emenda.
Mas o ódio vem galopante
Ao notar que por esquecimento
Deixei faltar naquele momento
O cabrunco da fita isolante!
Então por auto penitência.
Venci o frio e o temor.
Fiz, de coragem, o rancor.
E da limpeza, minha valência.
Naquele momento fui forte
Já no outro dia dei sorte
Na carteira, meu ultimo dinheiro
Comprou a peça do chuveiro
Hoje até o sol surgiu na minha frente
Pra comemorar meu banho quente!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
sábado, 7 de julho de 2012
Tudo o que eu queria era um pouco menos!
Então, tudo o que eu queria, hoje... ontem... por esses tempos... era um quase. Não entendo esta cobrança, de todos, por tanta plenitude. Regras que tentam lhe impor, como condições para ser feliz. Francamente, não quero tudo isso. Não quero tanto!
Para ser feliz, dizem eles, é necessário um grande amor, estabilidade financeira, bens, amigos, cultura, lazer, emprego, trabalho, ócio... a sociedade já estabeleceu todos os requisitos para a minha felicidade. Temos que lutar por isso! Abrir mão, significa ser taxado de irresponsável, doidivano, alienado ou qualquer outro adjetivo que represente a nossa incompatibilidade com os critérios de aceitação social. A maneira que o "mundo" trata a questão da MINHA felicidade me faz pensar que a minha felicidade só é viável se eu atender aos desejos do mundo. Quando ousamos fugir, minimamente, à estas regras, logo o mundo (representado pelas pessoas que estão nele) passa a questionar. Surgem perguntas "inofensivas" do tipo: -Como alguém consegue viver assim (sem um casamento, sem um carro, sem um emprego, longe dos parentes, etc, etc, etc...)? A nossa capacidade de adaptação e a nossa individualidade são anuladas, ou melhor, ignoradas. Mas se a questão é a MINHA felicidade, eu pergunto: O QUE É QUE O MUNDO TEM COM ISSO???
Mas o que me fez refletir a respeito do felicidade, não foi a infinitude de itens que me são empurrados, goela à baixo, por esta sociedade triste, para que eu "adquira" a minha tão sonhada felicidade. Esta reflexão surgiu quando eu percebi que para ser feliz (em um determinado momento) não me importava o que eu queria. Minha felicidade estava no que eu não queria. Teve sim, um desejo! Porém o mais importante é que o desejo era de abrir mão. Naquele ínfimo momento eu não quis um grande amor. Não quis o amor de minha vida, a mulher dos meus sonhos... Nada de gestos apoteóticos ou de declarações megalomaníacas. Naquele momento, o quase, me bastava! Naquele instante eu só queria um quase toque, um quase beijo... Um olhar de canto de olho me bastava! Não me importava se ela me amava ou se eu a amava. Não me interessava nada, nem o lençol que desforrava a cama à 30cm de nossos pés e nem a variação da bolsa de valores em Tóquio. Aquele quase, pra mim, era tudo, justamente por ser nada. Por mais que tentassem me empurrar tudo aquilo que eu já citei, para ser feliz, Nada estava acontecendo e isso, surpreendentemente, era tão bom!
Mandei pro espaço as convenções sociais, os questionamentos dos enxeridos, as opiniões alheias... tudo. Tudo o que era pleno, não me preenchia. Só me satisfaria, o quase! A espera pela festa estava, realmente, sendo muito melhor do que a própria. Estava feliz, mesmo me faltando tanto. Hoje, ontem e por esses tempo; o MEU momento, com os MEUS requisitos é que fazem a MINHA felicidade. Lógica, nexo, contexto... eu os tenho. Prolemas, tenho também. Mas como pode ver... Isso é resolução minha!!rsrsr
Para ser feliz, dizem eles, é necessário um grande amor, estabilidade financeira, bens, amigos, cultura, lazer, emprego, trabalho, ócio... a sociedade já estabeleceu todos os requisitos para a minha felicidade. Temos que lutar por isso! Abrir mão, significa ser taxado de irresponsável, doidivano, alienado ou qualquer outro adjetivo que represente a nossa incompatibilidade com os critérios de aceitação social. A maneira que o "mundo" trata a questão da MINHA felicidade me faz pensar que a minha felicidade só é viável se eu atender aos desejos do mundo. Quando ousamos fugir, minimamente, à estas regras, logo o mundo (representado pelas pessoas que estão nele) passa a questionar. Surgem perguntas "inofensivas" do tipo: -Como alguém consegue viver assim (sem um casamento, sem um carro, sem um emprego, longe dos parentes, etc, etc, etc...)? A nossa capacidade de adaptação e a nossa individualidade são anuladas, ou melhor, ignoradas. Mas se a questão é a MINHA felicidade, eu pergunto: O QUE É QUE O MUNDO TEM COM ISSO???
Mas o que me fez refletir a respeito do felicidade, não foi a infinitude de itens que me são empurrados, goela à baixo, por esta sociedade triste, para que eu "adquira" a minha tão sonhada felicidade. Esta reflexão surgiu quando eu percebi que para ser feliz (em um determinado momento) não me importava o que eu queria. Minha felicidade estava no que eu não queria. Teve sim, um desejo! Porém o mais importante é que o desejo era de abrir mão. Naquele ínfimo momento eu não quis um grande amor. Não quis o amor de minha vida, a mulher dos meus sonhos... Nada de gestos apoteóticos ou de declarações megalomaníacas. Naquele momento, o quase, me bastava! Naquele instante eu só queria um quase toque, um quase beijo... Um olhar de canto de olho me bastava! Não me importava se ela me amava ou se eu a amava. Não me interessava nada, nem o lençol que desforrava a cama à 30cm de nossos pés e nem a variação da bolsa de valores em Tóquio. Aquele quase, pra mim, era tudo, justamente por ser nada. Por mais que tentassem me empurrar tudo aquilo que eu já citei, para ser feliz, Nada estava acontecendo e isso, surpreendentemente, era tão bom!
Mandei pro espaço as convenções sociais, os questionamentos dos enxeridos, as opiniões alheias... tudo. Tudo o que era pleno, não me preenchia. Só me satisfaria, o quase! A espera pela festa estava, realmente, sendo muito melhor do que a própria. Estava feliz, mesmo me faltando tanto. Hoje, ontem e por esses tempo; o MEU momento, com os MEUS requisitos é que fazem a MINHA felicidade. Lógica, nexo, contexto... eu os tenho. Prolemas, tenho também. Mas como pode ver... Isso é resolução minha!!rsrsr
terça-feira, 19 de junho de 2012
Mentir a verdade!
Quem disse que só escrevo o que sinto?!?!
Para proteger a mim e aos outros, minto!
Mas reservo minhas mentiras para a poesia.
Já farto daquelas do dia a dia.
Muitas vezes a inspiração é tamanha.
São questões sagradas... profanas.
Prender-me à verdade na explanação
É tolher a fluidez da criação.
De mentira, gasto toda a minha cota.
Não comprometo ninguém em meus esquemas
Só minto ao escrever poemas.
Diferente, do que em outros, se nota.
Se é um fingidor, o poeta...
Fora da poesia, sou o contrário.
Não me igualo a político salafrário.
Nem tento me fazer de profeta.
Na prosa e na oratória é diferente.
Se não cabe a verdade, me calo.
Quando me pressionam, nada falo.
Não sirvo de "alimento" ao descrente.
Mas nada de escrever só o que sinto.
Minto, minto minto e minto.
E de tanto mentir, acredito.
E acabo por fazer poesia, o que vivo.
E tenho dito!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
Para proteger a mim e aos outros, minto!
Mas reservo minhas mentiras para a poesia.
Já farto daquelas do dia a dia.
Muitas vezes a inspiração é tamanha.
São questões sagradas... profanas.
Prender-me à verdade na explanação
É tolher a fluidez da criação.
De mentira, gasto toda a minha cota.
Não comprometo ninguém em meus esquemas
Só minto ao escrever poemas.
Diferente, do que em outros, se nota.
Se é um fingidor, o poeta...
Fora da poesia, sou o contrário.
Não me igualo a político salafrário.
Nem tento me fazer de profeta.
Na prosa e na oratória é diferente.
Se não cabe a verdade, me calo.
Quando me pressionam, nada falo.
Não sirvo de "alimento" ao descrente.
Mas nada de escrever só o que sinto.
Minto, minto minto e minto.
E de tanto mentir, acredito.
E acabo por fazer poesia, o que vivo.
E tenho dito!
Jalba Santiago dos Santos Segundo
quarta-feira, 6 de junho de 2012
A banda até acabou. E os sonhos??????
Associar um cheiro, um sabor, uma música à certas lembranças é algo muito comum. Hoje, ao escutar uma música, uma avalanche de fatos e sentimentos ocuparam minhas memórias.Fatos e sentimentos que ocorreram em uma determinada época de minha vida. Talvez a época onde eu conseguia ser realmente eu, sem medos, remorsos ou arrependimentos. Minha juventude... Saudosa juventude! Saudosa?
Houve um tempo em que eu tinha certeza. Onde tudo era claro e fazia sentido. Nesta época, tudo o que eu desejava era, apenas, mudar o mundo. Mas mudar o mundo é fácil, qualquer um faz. Eu queria mais! Queria mudar o mundo para melhor! Para melhor era o verdadeiro desafio. Mais interessante ainda é que, nesta época, eu tinha convicção de que conseguiria. Para mim, o infinito e o eterno eram tão atual e verdadeiro quanto a realização dos sonhos. Tudo era muito lógico. Se algo era correto, bastava dar apoio. Se algo era errado, só me cabia protestar. Eu era muito bom nisso, até porque, eu era forte, muito forte (na minha cabeça funcionava assim). Longe, era de fato, um lugar que não existia. Medo... O que era medo? Não havia medo em meu vocabulário. Muito menos na minha forma de me expressar. Fazia poemas, manifestos, críticas; muitas críticas. Trastejou, o "pau comia"! Ninguém escapava, políticos, diretores de escolas, mulheres esnobes, homens cafajestes... Nada passava em branco. Ah! Minha juventude não foi em vão. Nela eu soube usar meus "super poderes" para combater ao máximo os "podres poderes" exercidos pelos homens (caetanamente falando). Então, naqueles tempos, eu versava em discussões homéricas, com meus colegas (tão jovens e "poderosos" quanto eu), sobre qualquer assunto. Enxergávamos os problemas, e melhor, tínhamos as soluções. Naquela época o tempo custava a passar. Conseguíamos estudar, namorar, brigar, fazer as pazes, se embriagar, criticar e ainda nos sobrava tempo para "solucionar" os problemas do mundo. Sonhávamos em ser independentes para, então, realizar a GRANDE MUDANÇA. Os nossos problemas... Esses eram de pequena monta e, obviamente, ficaram para depois.
Então, o depois passou a ser o agora. Emprego, contas a pagar, filhos, família, saúde... Como diria Renato Russo; "Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão / Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão /
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão" A nossa, tão sonhada, independência chegou. Infelizmente ela ocupou todo o tempo que tínhamos para resolver os problemas do mundo e que então era usado na vã tentativa de resolver os nossos, no tão famigerado "aqui e agora". Não posso negar que a praticidade da vida adulta,nos priva dos "super poderes" da juventude. Mas, também, não deixo de me questionar: E os sonhos?
Hoje tomo consciência de que "naqueles tempos", toda aquela revolta e ímpeto por justiça, eram nada mais que o processo de formação dos meu valores com base na decodificação das informações que eu captava. "Sonhar mais um sonho impossível / Lutar quando é fácil ceder / Vencer o inimigo invencível / Negar quando a regra é vender"... Esses versos de Chico Buarque, tomam atualmente outras proporções. "Não podemos perder a capacidade de se indignar..." Dizia Israel, um professor de redação "daqueles tempos". Essa frase me marcou de tal forma que apesar dos medos, remorsos e arrependimentos que carrego atualmente, sinto que abandonar os sonhos de outrora significará trair a mim mesmo e acrescentar mais medo, remorso e arrependimento à minha vida. Aquilo que se representava por muita ação com pouco valor, hoje se faz de uma ação mais objetiva pautado nos meus atuais valores, formados pelos elementos daquela época.
Tenho plena consciência de que não vou conseguir mudar todo o mundo. Mas tenho a convicção de que os problemas que dependem de mim, deve ser resolvidos. O "mundinho" onde eu consiga interferir, deve ser um mundo melhor. As pessoas que eu possa influenciar, devem observar somente bons propósitos em minhas ações (tenho que servir de exemplo para meu filho). É bom ser bom! Já dizia meu pai. "É minha lei, é minha questão / Virar este mundo, cravar este chão / Não me importa saber / Se é terrível demais / Quantas guerras terei que vencer / Por um pouco de paz".
Naquela época, eu saia andando por Salvador, com um walkman no ouvido ao som de Smashing Pumpkins, acompanhado de amigos que, também iriam mudar o mundo. Hoje esta banda até já acabou. Mudar o mundo não é mais a prioridade dos meus amigos, tanto os de hoje como os daqueles tempos. Mas por sorte, isto não quer dizer que o sonho acabou! ;)
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Meu olho eletrônico!
O meu olho eletrônico tudo quer observar.
Captura de modo supersônico, sem com nada se preocupar.
Olha tudo sem pudores, e nada do cérebro acompanhar.
É tanta imagem neste olho que mal consigo processar.
Percorre, o meu olho eletrônico, todo espectro digital.
Enxerga arco-íris cibernéticos em bites espacial.
Capta, curte ou deleta para meu bem e para meu mal.
Mas esquece que há carne e osso, que sofrem com seu efeito visual.
Então o meu olho eletrônico prossegue com o seu captar.
Escaneia tudo em seu campo e eu aqui a pensar
Será que meu olho analógico se importa com que está a se passar?
Já que no "cyber mundo" só é lógico o que menos nos faz pensar.
Já que é tanta velocidade que pouco conseguimos notar.
E o tempo de sentir e gostar é usado para digitar.
Assim no fim de cada jornada, aquele meu olho analógico só pensa em repousar...
Para a bateria de seu irmão digital recarregar!
Jalba Santiago dos Santos Segundo.
Captura de modo supersônico, sem com nada se preocupar.
Olha tudo sem pudores, e nada do cérebro acompanhar.
É tanta imagem neste olho que mal consigo processar.
Percorre, o meu olho eletrônico, todo espectro digital.
Enxerga arco-íris cibernéticos em bites espacial.
Capta, curte ou deleta para meu bem e para meu mal.
Mas esquece que há carne e osso, que sofrem com seu efeito visual.
Então o meu olho eletrônico prossegue com o seu captar.
Escaneia tudo em seu campo e eu aqui a pensar
Será que meu olho analógico se importa com que está a se passar?
Já que no "cyber mundo" só é lógico o que menos nos faz pensar.
Já que é tanta velocidade que pouco conseguimos notar.
E o tempo de sentir e gostar é usado para digitar.
Assim no fim de cada jornada, aquele meu olho analógico só pensa em repousar...
Para a bateria de seu irmão digital recarregar!
Jalba Santiago dos Santos Segundo.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
O cuidado ao ter cuidado!
Cuidar de alguém é algo que requer bastante atenção e muita sensibilidade. Muitas vezes, no afã de proporcionar uma proteção de primeira linha, acabamos por privar, aqueles a quem cuidamos, de experiências necessárias ao seu desenvolvimento.
Não podemos esquecer que, se cuidamos de alguém, é porque queremos que esta pessoa receba as nossas influências positivas. Nunca cuidamos de uma pessoas esperando que o resultado seja ruim para ela. Assim, empatia e atenção são fundamentais para que o exercício de "cuidar" não acabe por acarretar, justamente, nos prejuízos que gostaríamos de evitar. De boas intenções o inferno está cheio! Logo, colocar a pessoa cuidada em um "capo de força", ou ignorar que aquilo que aparenta ser benéfico para nós pode ser maléfico no contexto do outro; pode provocar danos irreparáveis.
Outra falha comum é impor cuidados a quem não precisa. Permitir que as pessoas vivam suas próprias experiências e reconhecer a capacidade de defesa e superação das pessoas, também é uma forma de demonstrar amor. Nossos medos não podem ser motivos para impedir que o outro viva a própria vida. Se somos capazes de superar as nossas dificuldades, achar que o outro não é capaz é, no mínimo, subjugá-lo, para não dizer menosprezá-lo.
Observar e balizar as ações de quem cuidamos, permitindo que o mesmo viva as próprias experiências e lembrar que, as crises são molas mestras do desenvolvimento humano, ao meu ver, é a melhor forma de demonstrar carinho e de cuidar sem impor privações desnecessárias.
Quem ama cuida, não casta!
Não podemos esquecer que, se cuidamos de alguém, é porque queremos que esta pessoa receba as nossas influências positivas. Nunca cuidamos de uma pessoas esperando que o resultado seja ruim para ela. Assim, empatia e atenção são fundamentais para que o exercício de "cuidar" não acabe por acarretar, justamente, nos prejuízos que gostaríamos de evitar. De boas intenções o inferno está cheio! Logo, colocar a pessoa cuidada em um "capo de força", ou ignorar que aquilo que aparenta ser benéfico para nós pode ser maléfico no contexto do outro; pode provocar danos irreparáveis.
Outra falha comum é impor cuidados a quem não precisa. Permitir que as pessoas vivam suas próprias experiências e reconhecer a capacidade de defesa e superação das pessoas, também é uma forma de demonstrar amor. Nossos medos não podem ser motivos para impedir que o outro viva a própria vida. Se somos capazes de superar as nossas dificuldades, achar que o outro não é capaz é, no mínimo, subjugá-lo, para não dizer menosprezá-lo.
Observar e balizar as ações de quem cuidamos, permitindo que o mesmo viva as próprias experiências e lembrar que, as crises são molas mestras do desenvolvimento humano, ao meu ver, é a melhor forma de demonstrar carinho e de cuidar sem impor privações desnecessárias.
Quem ama cuida, não casta!
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Cada um em seu lado!
Não!
Já tenho minhas noites de frio.
Também tenho as de pés entrelaçados.
Por isso insisto... Não!
Não lhe cabe nesse, seguir sombrio.
Pois do entrelace, meus pés se fazem cansados.
Não!
Nem insista com esse falar mansinho!
Nem com essa de me deixar arrepiado!
Não!
Minha verdade é nua e crua.
Nua... só poderá dar errado!
Por isso... Não!
Enquanto qualquer sentir se perpetua.
Só podemos ficar assim...
Já tenho minhas noites de frio.
Também tenho as de pés entrelaçados.
Por isso insisto... Não!
Não lhe cabe nesse, seguir sombrio.
Pois do entrelace, meus pés se fazem cansados.
Não!
Nem insista com esse falar mansinho!
Nem com essa de me deixar arrepiado!
Não!
Minha verdade é nua e crua.
Nua... só poderá dar errado!
Por isso... Não!
Enquanto qualquer sentir se perpetua.
Só podemos ficar assim...
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