Durante um breve vôo entre Ilhéus e Salvador, ao folhear a revista da empresa aérea, esta frase se fixou em minha mente como chiclete na sola do sapato. Tão logo a li, pude viajar na gama de conteúdo que havia embutida nesta despretensiosa afirmativa. Imediatamente me questionei: Existe segurança jurídica sem educação?
Aprofundando a questão da Educação X Assistencialismo, nesta semana vivi uma situação que retrata muito bem esta intima relação. A lei de promoção da instituição em que sirvo, diz que ao existir vagas para promoção, os profissionais aptos a serem promovidos deverão ocupar as vagas independente de data. Ou seja, se existia a vaga para me promover e eu estava apto, esta promoção deveria ser efetivada imediatamente. Mas o que de fato aconteceu (contrariando a Lei e a segurança jurídica) é que a vaga para me promover existia desde 2008. Eu estava apto a ser promovido deste 2006. Mas minha promoção só ocorreu em 2011. Até ai, só a segurança jurídica e a legalidade ficaram em xeque! Mas quando eu ouvi de um dos "meus chefes" a seguinte frase: "Venha agradecer ao "presidente da empresa" a sua promoção! Se não vier hoje, venha em outro dia!" O que ficou em xeque foi a minha Educação.Olha como o discurso assistencialista está implícito na ordem de "meu chefe"! Mas para infelicidade do mesmo, a minha educação não depende exclusivamente deste Estado. Ela é oriunda de uma base familiar onde se prega o senso crítico e o espírito de justiça. Logo, Não há espaço para assistencialismo dentro da cabeça de uma pessoa que teve sua Educação garantida por familiares de visão ampla e grande lastro cultural. Automaticamente me recusei a agradecer por algo que é obrigação. Uma promoção que veio com atraso de 3 anos, deveria vir com juros e correção. Nunca com um agradecimento! Sei que o problema não teve início no "presidente" atual, mas se ele aceitou o cargo, aceitou também a obrigação de resolver o problema. Não vou agradecê-lo por isso, até porque ele está sendo pago com nossos impostos para ser quem é. Eis que com a educação precária, a cidadania se destrói. O povo passa a acreditar que qualquer migalha oferecida por aqueles que são bem pagos para zelar por nós, é uma grande favor. E a afirmação de outro jurista, também baiano, passa a ser uma péssima realidade.
Jalbinha mais uma vez de forma inteligente expressou o que pensa! Concordo com a sua análise, a verdade é que não se faz interessante que esse tipo de pensamento seja comum ao povo. Uns isolados conseguem olhar esta realidade de maneira critica. A educação no nosso país existe a 50 anos garantido por lei, mas a alienação imposta ao povo existe desde a formação deste Brasil. Estamos tão acostumados a ter obrigações nos dada mais ou menos que esta de forma despercebida nos soa como “presentes”!
ResponderExcluirUm forte abraço!